terça-feira, 4 de maio de 2010

Obrigado por crescer

Cia. Contempodança - "Casulo"

Cada ano que passa nossos admiro cada vez mais o trabalho da Cia. Contempodança. A necessidade da companhia de buscar o novo. Depois de uma ruptura, quando seu fundador (Chiquinho) faleceu, uma outra forma de ver a dança contemporânea passou a pontuar os seus trabalhos.

Logo após a despedida de Chiquinho o “Contempodança” apresentou um trabalho com fragmentos de algumas coreografias do seu mentor, que hoje ainda permeiam o trabalho da atual formação, infelizmente não lembro o nome do espetáculo, mas faço questão de dizer que foi ali que vi uma companhia de dança em Sergipe.
No ano seguinte, com uma formação reduzida, a companhia apresentou “Mandalas” um trabalho inspirado na cultura indiana. Muito rico e cheio de simbologias, a companhia começa a dialogar com a tecnologia, mostrando uma nova cara, ganhando e mostrando a força dos novos bailarinos.
Em 2009 a companhia trás um trabalho de pesquisa já mais característico da dança-teatro, nos presentearam com “Canal Aberto” onde, Aracaju era o mote da pesquisa. Suas ruas, personagens, praias e varais, tudo foi fruto de pesquisa da companhia, experimentos se tornaram grandes elementos cênicos.
Nesta 4ª Semana Sergipana de Dança, a Cia. Contempodança nos trás “Casulo”. Confesso que antes de saber o mote do espetáculo pensei que fosse algo relacionado ao sair de casa. Das relações, mas me deparei com o inverso do “Casulo”, não era sair e sim entrar.
Em “Casulo” a companhia se mostra madura o suficiente para enfrentar outros palcos. Envolvidos com a pesquisa, os bailarinos nos levaram a conhecer as patologias psiquiátricas, nos mostraram a poesia da loucura. Uma das cenas mais chocantes do espetáculo é a que alguns bailarinos simulam o toque sexual, a masturbação, o sexo entre os ‘loucos’. Outra belíssima cena do espetáculo é a nudez do bailarino Adriano Matos, que casado com a magnífica luz de Sérgio Robson é a concretização da poesia, uma imagem que fica guardada pra sempre na memória de quem viu.
A trilha sonora de ‘Casulo’ é certa, é a trilha de “Casulo”. Ninguém mais pode usufruir só ele. Ton Toy foi muito feliz compondo este espetáculo.
Só tenho que agradecer a Cia. Contempodança por dar o prazer de acompanhar este desenvolvimento. Parabéns a todos que fazem a Contempodança, Patrimônio da Dança Sergipana.
Continuem assim crescendo sempre.

3 comentários:

  1. Agora é a minha vez de agradecer, em nome da Cia Contempodança e em meu próprio nome.
    O reconhecimento do nosso trabalho pelos nossos colegas são sinceros aplausos e é disso que vive a alma do artista. Inda mais quando vem de pessoas que merecem o nosso respeito e admiração como você e toda a Cubos, que esbajam profissionalismo e representam o nosso Estado por aí afora.
    Brigadão mesmo!

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  2. Concordo em número e gênero.
    nessas pequena viajens que fazemos por ai a fora, temos a oportunidade de conhecer trabalhos que veem de muito longe (ex. Espanha, Alemanha,são Paulo inclusive, França) e não tenha dúvida a contempodança encontra-se em nível de produção a altura desses, que veem de tão longe. VÃO PRA FRENTE QUE TEM LUGAR!
    E PARABENS PELO TRABALHO.
    E DEFENDAM A SUA TEORIAN E A SUA LINHA DE TRABALHO.

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  3. Sem sombra de dúvidas é um trabalho que mostra o amadurecimento profissional da cia. contempodança. E é claro que sei que os seus integrantes reconhecem que Chiquinho nunca vai estar dissociado da linguagem deles, até mesmo porque Francisco Santana sempre foi um grande profissional em busca de evolução. Já tinha expressado o quanto foi bom ver "CASULO", perceber que existe gente inquieta nesta cidade, querendo "provocar" o que é bem diferente de "chocar" rsrs Obrigado pelo espetáculo. Obrigado a Rodolpho por esta opinião sobre o espetáculo! Viva a boa dança sergipana!

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